domingo, 11 de fevereiro de 2007

Surrealismo Urbano...

Pombal está cada vez mais perigoso... Imaginem que na noite de 9 para 10 de Fevereiro, ocorreram dois assaltos a estabelecimentos de restauração. Num deles, conseguiram "sacar" 700 euros, no outro local, vigilantes da noite conseguiram evitar males maiores...
Sim, porque estava eu, acabada de sair do Scó, quando ouço junto ao Teatro-Cine um grande estrondo que envolvia vidros! Quando espreitei, vi que um dos vidros do café Riva-Azur, acabara de ser partido por alguém que ainda vi a correr dali para fora. Seguiram-se uma data de tentativas falhadas de ligar para o 112, que não se sabe bem porquê, estava indisponível...Eu continuava a verificar se o vidro estava realmente partido e avistei no chão junto aos estilhaços um objecto que se assemelhava a um pé de cabra com uma borracha na ponta... Entretanto, numa das minhas confirmações ao estado real do vidro do café (estava realmente todo partido!) eis que avisto um "indivíduo de raça negra vestido de fato de treino" (já explico) que vinha em passo de jogging em direcção a nós... melhor, a mim, pois o outro vigilante continuava a sua discussão com o apoio a clientes para tentar descobrir a razão do 112 não atender... O rapaz chega perto de mim e pergunta o que se tinha passado. Eu respondo que alguém tinha partido o vidro ao que ele respondeu que estava com a namorada quando ouviu alguém partir o vidro com uma pedra. Eu com a minha perspicácia CSI disse-lhe que não tinha sido com uma pedra mas sim com um pé de cabra que ainda estava na "crime scene". Ele então disse não tinha nada a ver com aquilo e que ainda bem que não era nada com ele. Bom, nisto eu digo-lhe que estamos a tentar chamar a polícia e ele diz então boa sorte e desaparece no mesmo passo em que tinha surgido...
O 112 continua sem dar resposta... e a pessoa que vi a correr do local do crime, após ter estado a espreitar de longe desapareceu na noite... Uma vez que a esquadra era já ali, lá fomos nós dar conta da ocorrência. Quando estávamos já na presença do chefe de polícia, e depois de relatar os factos, eis que ele recebe uma chamada na qual se houve :"Chefe, foi avistado na zona um
indivíduo de raça negra vestido de fato de treino a correr...". Perante isto, o espanto dos vigilantes foi evidente! Havíamos sido ludibriados pelo verdadeiro miliante... Relatámos então a situação ao chefe que depois de ficar com os nossos dados para uma possível posterior identificação do suspeito nos agradeceu por cumprirmos o nosso dever de cidadãos...

Agora.... Toda a verdade....

No dia seguinte, por força de ter ensaio do TAP, fui até ao Riva-Azur, ponto de encontro do grupo. As expectativas eram muitas... Estaria o vidro ainda partido? O café fechado com fitas da polícia a selar o local do crime??
Nada disso... O vidro já havia sido substituído e tudo parecia correr com normalidade. Após contar as peripécias a dois dos elementos do TAP que já lá estavam, um deles chama a atenção da dona do café, para o facto de eu ter sido uma das responsáveis pela pronta resposta da PSP à ocorrência. Nisto ela conta então o que se tinha passado. Os vizinhos da frente do estabelecimento, tinham visto quem realmente tinha atentado contra o café. Era um rapaz baixo, de tez não muito escuro e pronúncia brasileira mais uma rapariga, que com cerca de cinco calhaus enormes (ainda estavam alguns à porta e dentro do café) partiram o vidro e arrancaram um tubo do ar condicionado.
Quando digo à dona Fernanda (proprietária do café) que pensava que tinha sido com um pé de cabra que estava lá no chão, ele responde que isso era o tubo do ar condicionado que eles tinham arrancado...

Há duas conclusões que pudemos daqui retirar...
1º Nem sempre
um indivíduo de raça negra vestido de fato de treino a correr é o culpado...
2º A ideia que tinha do aspecto de um pé de cabra, é capaz de estar um pouquinho errada!!!...

Palavras para quê... mais um fim de semana em Pombal!

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